quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dádiva de Sangue

  • História
O passo mais importante na história da transfusão foi a descoberta da circulação do sangue por W.Harvey em 1613. A partir daqui ganhou outro impacto aquilo que havia sido escrito pelos gregos e pelos cristãos que o sangue era vida e que podia curar doenças.
Algumas experiências de transfusão directa de sangue, entre animais, só vieram a ter lugar a partir de 1665, com Lower.
Dois anos mais tarde verificou-se a primeira reacção transfusional hemolítica num doente que recebeu sangue incompatível.
A incompatibilidade verificada causou a morte de muitos doentes, o que veio a determinar a proibição das transfusões de sangue em 1678. 

Face a isto, só um século mais tarde se volta a falar da transfusão. Blundell, em 1818, utilizou sangue do próprio doente – transfusão autóloga – e de outros seres.

  • Dádiva de Sangue
Uma vez que o sangue não pode ser produzido artificialmente, a quantidade que existe disponível, depende do número de dadores que periódica e voluntariamente dão o seu sangue.
A medicina moderna atingiu um elevado desenvolvimento técnico que permite salvar muitas vidas e minorar sofrimentos, pelo recurso à transfusão de sangue ou de componentes obtidos a partir dele, como sejam, os concentrados de eritrocitos, de plaquetas ou plasma.
O recrutamento de familiares dos doentes para dar sangue é uma medida que se pretende ver substituída pela dádiva benévola e regular. Assim, considera-se que a dinamização e promoção da dádiva voluntária e periódica, é uma acção de interesse colectivo na qual todos os cidadãos devem estar empenhados.
Dar sangue é um processo seguro e indolor; não prejudica a saúde; não enfraquece; não faz engordar e não produz habituação no organismo. Permite fazer uma avaliação periódica do estado de saúde, pois cada colheita é sempre precedida de um exame médico, a fim de se determinar se cada pessoa está em condições de dar sangue; permite ainda ficar a saber qual o seu grupo sanguíneo.


  • Para que servem os constituintes do sangue depois da colheita de sangue?
Os glóbulos vermelhos, as plaquetas e o plasma têm pesos diferentes. Quando o sangue total é centrifugado estes componentes ocupam níveis diferentes no saco onde foi colhido. 


- Glóbulos vermelhos

É o componenete a que nos referimos quando se fala numa tranfusão de sangue. Pode ser conservado até 42 dias a uma temperatura entre os + 2ºC e os +6ºC. 

- Plaquetas

Os tratamentos contra o cancro atingem as células malignas mas também são lesivos para as outras células e por isso muitas vezes torna-se necessário tranfundir plaquetas. Podem ser conservadas até 5 dias a uma temperatura controlada entre os +20ºC e os 24ºC, sendo contantemente agitadas.

- Plasma

Possui inúmeras substâncias importantes para a nossa saúde. É dele que se retiram, por exemplo, os factores de coagulação que faltam aos hemofílicos. Pode ser armazenado até 2 anos, desde que conservado a temperaturas negativas, abaixo dos -25ºC.


  • Controlo Analítico
O controlo analítico das unidades colhidas é um dos três pilares a que assenta a segurança tranfusional. Dadores informados e exclarecidos e uma critica selecção de dadores são os outros dois.
Todas as unidades colhidas são analisadas, obrigatoriamente e por diferentes métodos, para rastreio de agentes de doenças transmissíveis, entre os quais:
- Vírus da Sida; 
- Vírus da Hepatite B;
- Vírus da Hepatite C;
- Sífilis.

Para além destas, são efectuadas análises para determinação do grupo sanguíneo e testes de controlo de qualidade para garantir a segurança de todos os componentes sanguíneos.

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